Por Antônio Diógenes – RTV Jaguaribe | 31 de julho de 2025
Em resposta ao julgamento de Jair Bolsonaro no Brasil, os Estados Unidos anunciam medida tarifária drástica que atinge setores-chave da exportação nacional. Governo brasileiro promete reação diplomática e alerta para riscos à soberania e ao crescimento econômico.
Em um movimento unilateral, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou no dia 30 de julho de 2025 uma ordem executiva que eleva as tarifas sobre a maioria das importações brasileiras de 10 % para 50 %, como resposta às ações judiciais contra o ex‑presidente Jair Bolsonaro, aliado político de Trump (AP News).
Contexto e justificativa oficial
A Casa Branca classificou o julgamento de Bolsonaro como uma “ameaça à segurança econômica e política” dos EUA e declarou situação de “emergência nacional”, o que serve de base legal à imposição tarifária adicional de 40 % sobre exportações brasileiras, totalizando os 50 %. A justificativa cita ações do Supremo Tribunal Federal (STF), lideradas pelo ministro Alexandre de Moraes, que teriam prejudicado os interesses de empresas norte-americanas ao bloquear contas de apoiadores de Bolsonaro em redes sociais (WhiteHouse.gov).
Detalhes sobre o escopo da tarifa
Mais de 50% das exportações brasileiras estarão sujeitas à nova tarifa a partir de 6 de agosto de 2025, com algumas exceções importantes, como suco de laranja, castanhas, combustíveis, metais, eletrônicos e aeronaves — setores considerados estratégicos para os consumidores norte-americanos (AS/COA).
Por outro lado, o café brasileiro, uma das principais exportações do país, não foi incluído nas isenções, o que poderá gerar impactos diretos nos preços internos dos EUA e na competitividade internacional do setor.
Impactos esperados na economia brasileira
Apesar de os EUA registrarem superávit comercial com o Brasil em 2024 — com exportações de quase US$ 50 bilhões frente a importações de US$ 42 bilhões —, a nova medida ameaça setores fundamentais da agropecuária e da indústria brasileira.
Estudos preliminares estimam que a tarifa pode gerar uma retração de 0,2 % no PIB do Brasil ainda em 2025 e provocar a perda de mais de 100 mil empregos, especialmente nos segmentos de café, carne bovina e frutas tropicais (WSJ).
Reação política e diplomática no Brasil
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, anunciou que apresentará reclamações formais à Organização Mundial do Comércio (OMC) e avaliará contramedidas comerciais com base na Lei de Reciprocidade Comercial (Lei n.º 15.122/2025) e no Decreto 12.551/2025.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repudiou a ação norte-americana e afirmou em entrevista ao The New York Times que “o Brasil negocia como país soberano e não aceitará interferência externa nos seus processos democráticos” (Agência Brasil).
Cenas de tensão e futuro das relações
As sanções econômicas também incluíram o ministro Alexandre de Moraes, que teve ativos congelados nos EUA e poderá ter seu visto revogado, aumentando ainda mais o mal-estar entre os países.
Organizações internacionais e países aliados do Brasil, como China, Rússia e membros da União Europeia, demonstraram preocupação com a escalada da retaliação comercial e jurídica e defenderam a busca por mediação diplomática multilateral.
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