Brasil será primeiro a investir em fundo global para florestas tropicais

Por Antônio Diógenes – 19/09/2025

Iniciativa marca liderança do país na COP30 e deve atrair aporte internacional privado

O Brasil confirmou nesta sexta-feira (19) que será o primeiro país a investir no Tropical Forests Forever Facility (TFFF), fundo internacional lançado para financiar ações permanentes de preservação de florestas tropicais. A confirmação foi antecipada por fontes diplomáticas próximas à comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em Nova York para a Assembleia Geral da ONU.

O TFFF será anunciado oficialmente como parte das ações preparatórias para a Conferência do Clima da ONU (COP30), que ocorrerá em Belém (PA) em novembro de 2025. O fundo, com sede prevista na Suíça, terá como foco a distribuição de recursos a países que detenham grandes áreas florestais, como forma de incentivo à preservação permanente e fiscalização ambiental.

Embora o valor exato do aporte brasileiro ainda não tenha sido divulgado, interlocutores do Itamaraty indicaram que será “substancial o suficiente” para criar tração política global. A ideia é que o investimento brasileiro sirva como sinal verde para que outras nações e entes privados se juntem ao fundo nas semanas seguintes.

A gestão do TFFF será feita por um consórcio internacional, em conjunto com organismos multilaterais. Os repasses dependerão da comprovação de resultados na redução do desmatamento, uso sustentável da terra e desenvolvimento de bioeconomia local.

De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Marina Silva, o Brasil está “na dianteira da política ambiental global” e pretende aproveitar a COP30 para consolidar sua posição como articulador entre países amazônicos, africanos e do sudeste asiático. “O fundo pode criar uma espécie de PIB ambiental baseado em floresta em pé”, afirmou.

Dados do MapBiomas mostram que o desmatamento na Amazônia Legal caiu 54% entre janeiro e agosto de 2025, em comparação com o mesmo período de 2022. A queda é atribuída ao fortalecimento da fiscalização federal e ao uso de satélites de alta resolução contratados pelo Ibama.

No plano político, o anúncio reforça a imagem do governo brasileiro como líder global nas pautas ambientais e deve ser utilizado como trunfo diplomático para obter apoio em temas sensíveis como financiamento climático, regras de transição energética e acesso a tecnologias verdes.

Além disso, a iniciativa pode mitigar críticas internas sobre lentidão na implementação de reformas estruturais para a bioeconomia amazônica, tema que será abordado com mais profundidade no Fórum Mundial de Investimentos em Florestas, agendado para outubro em Manaus.

O aporte brasileiro no TFFF também será monitorado por tribunais de contas e entidades de transparência fiscal, especialmente devido à vinculação do fundo a compromissos internacionais de longo prazo.

A expectativa é de que os efeitos positivos se desdobrem na forma de novos acordos de cooperação, fortalecimento de políticas indígenas e atração de investidores de impacto.

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