imagem I Instagram: mauro_benevidesfilho
Mudança proposta pelo governo Lula assegura aumento real, mas gera dúvidas sobre aplicação em cenários de baixo crescimento econômico.
A regra de reajuste do salário mínimo foi alterada pelo governo federal. Enquanto, em gestões anteriores, o aumento era limitado à variação da inflação, a nova norma estabelece ganhos reais baseados no crescimento econômico. Apesar disso, o modelo tem gerado debates sobre sua segurança em momentos de baixo desempenho do PIB.
Durante os governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, o salário mínimo era reajustado apenas para acompanhar a inflação, garantindo apenas a manutenção do poder de compra, sem ganhos reais. O conceito de ganho real refere-se a qualquer aumento que ultrapasse a inflação, representando um crescimento efetivo no poder aquisitivo do trabalhador.
Com a entrada do governo Lula, foi proposta uma nova regra para o reajuste: a soma da inflação anual com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Embora isso garanta ganhos reais em anos de forte crescimento econômico, a regra criou insegurança em cenários de baixo crescimento ou recessão.
Para resolver essa questão, a nova legislação vinculou o reajuste real ao arcabouço fiscal, garantindo uma margem mínima de aumento de 0,6% e máxima de 2,5%, além da variação da inflação. Dessa forma, mesmo em momentos de retração econômica, o salário mínimo terá um crescimento acima da inflação, ainda que limitado. Segundo especialistas, a mudança assegura previsibilidade e estabilidade ao trabalhador.
O deputado federal Mauro Benevides Filho esclareceu em entrevista que as notícias sobre cortes no salário mínimo não têm fundamento. Ele reforçou que a nova regra busca equilibrar os reajustes, assegurando aumentos positivos em qualquer cenário econômico. Benevides destacou que a regra é superior ao modelo anterior, ao garantir que o salário mínimo não perca valor real, mesmo em momentos de crise.
Contudo, críticas surgem em relação ao teto estabelecido, pois em períodos de crescimento econômico acelerado, o limite de 2,5% pode ser visto como insuficiente para aproveitar os momentos de prosperidade econômica. Ainda assim, o governo defende a medida como uma forma de equilíbrio fiscal e de proteção contra flutuações extremas.
A nova regra de reajuste do salário mínimo marca uma ruptura em relação às políticas dos últimos anos e apresenta desafios de comunicação e entendimento público. Apesar de controversa, a medida representa um avanço para os trabalhadores, ao garantir que os reajustes sejam sempre positivos. A consolidação dessa política dependerá de sua eficácia nos próximos anos e da resposta econômica do país.
Por Antônio Diógenes – RTV Jaguaribe
[04 de dezembro de 2024]