São Paulo confirma cinco mortes em casos de intoxicação por metanol

Por Antônio Diógenes – 30/09/2025

Legenda: Bebidas alcoólicas falsificadas com presença de metanol, em imagem ilustrativa usada para fins jornalísticos. Crédito: Imagem da internet – uso livre para divulgação

Bebida alcoólica adulterada causou ao menos um dos óbitos confirmados no estado

O governo do estado de São Paulo confirmou nesta terça-feira (30) cinco mortes por intoxicação por metanol, substância altamente tóxica que, quando ingerida, pode causar cegueira e morte. A informação foi divulgada após reunião no Palácio dos Bandeirantes, onde autoridades estaduais discutiram ações emergenciais para conter o avanço dos casos e investigar os responsáveis pela adulteração de bebidas alcoólicas no estado.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, foram registrados sete casos confirmados de intoxicação, sendo uma das mortes diretamente associada ao consumo de bebida alcoólica adulterada. As outras quatro ainda estão sob investigação. As autoridades também analisam se há relação com a ingestão de álcool em postos de combustíveis por pessoas em situação de extrema vulnerabilidade.

Além dos casos confirmados, há 15 suspeitas em apuração. A polícia e os órgãos de vigilância sanitária já iniciaram ações coordenadas para identificar os responsáveis pela distribuição das bebidas contaminadas. Nesta terça-feira, foram apreendidas 112 garrafas de vodca com suspeita de falsificação em diferentes pontos da cidade de São Paulo, sendo 17 delas localizadas no bairro da Mooca, zona leste da capital.

Segundo nota do governo paulista, os investigadores concentram esforços em rastrear a origem das distribuidoras, os fluxos de pagamento e a cadeia de fornecimento. Estabelecimentos comerciais já foram inspecionados, e seus proprietários prestaram depoimentos. As operações de fiscalização foram intensificadas com base nos relatos e nas amostras coletadas junto às vítimas.

A Vigilância Sanitária estadual emitiu alerta à população, reforçando a importância de consumir bebidas apenas de origem confiável, com selo fiscal e registro em órgão competente. Produtos sem procedência conhecida devem ser denunciados e evitados.

O governo alertou também sobre os sintomas iniciais da intoxicação por metanol, que incluem dor abdominal intensa, sonolência, falta de coordenação motora, tontura, náuseas, vômitos, dor de cabeça, confusão mental, taquicardia e hipotensão. Dentro de seis a 24 horas após a ingestão, podem surgir alterações visuais graves, convulsões e até coma.

Em casos mais graves, o paciente pode evoluir para cegueira irreversível, insuficiência renal, necrose de gânglios cerebrais, lentidão motora e óbito. O socorro imediato — preferencialmente nas primeiras seis horas após os sintomas — é considerado crucial para a sobrevivência.

A substância, quando metabolizada pelo organismo, se transforma em formaldeído e ácido fórmico, compostos altamente tóxicos ao sistema nervoso central e aos órgãos vitais. Trata-se, portanto, de uma emergência médica de extrema gravidade.

A orientação oficial é que pessoas com sintomas suspeitos ou que tenham consumido bebidas de procedência duvidosa busquem imediatamente os serviços de saúde e entrem em contato com centrais especializadas, como:

  • Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001
  • Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): (11) 5012-5311 ou 0800-771-3733
  • CIATox locais: consultar unidade regional

Além disso, é fundamental identificar e orientar outras pessoas que possam ter consumido a mesma bebida, com objetivo de reduzir riscos e encaminhá-las para avaliação médica urgente.

O caso reacende discussões sobre a eficácia da fiscalização de bebidas, a rastreabilidade de produtos no mercado e o papel das distribuidoras. O governo de São Paulo prometeu intensificar a atuação conjunta entre Polícia Civil, Procon, Vigilância Sanitária e Ministério Público na repressão a esse tipo de crime.

A intoxicação por metanol, além de causar perdas humanas irreparáveis, revela falhas na cadeia de controle de produtos de consumo e evidencia a necessidade de políticas públicas mais rigorosas, com foco em prevenção, informação e punição aos responsáveis. O caso também coloca em alerta estados vizinhos e reforça a importância de ações nacionais articuladas para impedir novos episódios.

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